segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Meus heróis não morreram de Overdose – Episódio de Hoje: Roberto Bolaños

Roberto Bolaños e suas maiores criações

Não há muito o que explicar, não há muito o que ser acrescentado sobre uma personalidade que conseguiu com a força de seu carisma unificar toda a América Latina e, como consequência, todos os cidadãos latinos ao redor do mundo.
Roberto Bolaños até hoje me faz rir com seu humor leve e despretensioso. Nunca apelativo e nunca de duplo sentido malicioso. Nós rimos todos juntos da mesma forma, quer sejamos crianças, adultos ou idosos.
 O simples embate entre as diferentes personalidades de suas criações já era o suficiente para criar em nós o riso, a empatia e até mesmo fazer brotar algumas lágrimas.

O “Pequeno Shakespeare” – como era conhecido e proclamado por seus fãs – teve em todo o imenso conjunto de personagens pelo menos duas obras primas: “El Chavo Del Ocho” (Chaves) e “El Chapulin Colorado” (Chapolin).
Os moradores da sua vila mexicana imaginária poderiam viver em qualquer país da América Latina dos anos 80 e 90, com todas as glórias e todas as dificuldades que envolviam ser pobre e assalariado em economias capitalistas desgastadas. Amávamos o “Seu Madruga”, a “Chiquinha” e o “Chaves” porque nos víamos neles - em uma espécie de espelho mágico - que refletia nossas mazelas de terceiro mundo.
Outros personagens como o “Senhor Barriga”, a “Dona Florinda” e o “Professor Girafales” encarnavam – de uma certa forma – o outro lado da moeda, que mostra os favorecidos pelo sistema, os opressores. Se bem que sempre tive a impressão de que não passavam apenas de pobres “deslumbrados”, uma mostra dessa “opressão” eram os tapas que o “Seu Madruga” recebia todos os dias da deslumbrada “Florinda”.


O Chapolin nos trazia para a tela as fantásticas aventuras de um herói (com poderes contestáveis), derrotando vilões nem sempre tão maus – excetuando o violentíssimo “Tripa Seca”, o pirata “Alma Negra” e o pistoleiro “Racha Cuca” – em situações das mais esdrúxulas. O herói mais sem-noção de todos os tempos criava uma empatia quase instantânea com os expectadores seus bordões como “sigam-me os bons”, “não contavam com minha astúcia” e “se abusam da minha nobreza” que, aliás, tornaram-se clássicos.



Por todas as boas risadas que você me proporciona, por todas as boas piadas que você contou, por toda a moral escondida e toda a crítica social escondidas em suas crônicas da realidade que você travestiu de programas humorísticos, pelas horas de diversão sadia, pelo riso da criança que fui e, por fim, por todas as boas lembranças da minha infância que brotam quando vejo na TV, suas criações em forma de programas roteirizados. Muito Obrigado, Roberto “Chespirito – Pequeno Shakespeare” Bolaños ou pra mim, simplesmente Chaves. Como dizia a capa de um jornal aqui do Rio no sábado: “Espero que no céu tenha sanduíche de presunto.”
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Andre Rangel é fã do Chaves, curte muito o Chapolin porém não é assim tão apreciador de 
Sanduíche de presunto.

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